Este sexto número do Boletim Vipassana Latinoamericano, dezembro de 2021, nos mostra as atividades do ano em que os centros da América Latina pouco a pouco estavam voltando a girar a roda do Dhamma, trazendo alegria, agradecimento e satisfação, tanto à organizadores como estudantes. Foi uma tarefa árdua reformular toda a dinâmica dos cursos e inscrições e tomar as devidas medidas de segurança para proteger a saúde dos estudantes nesta pandemia, que afeta o mundo todo.
Finalmente, depois destes grandes esforços, a roda do Dhamma está girando novamente! Que mais e mais pessoas possam se beneficiar deste legado que nosso professor S.N.Goenka e toda a cadeia de professores de Vipassana nos deixou. Com muita alegria e gratidão, compartilhamos este texto, escrito por alguns meditadores:
“Graças à sua infinita compaixão, pudemos provar o elixir de Vipassana. Sentimos que foi por nós que você nasceu em Myanmar e, renunciando tudo que acumulou no mundo material, dedicou sua vida ao puro Dhamma. É por nós que deixou sua querida terra natal e fez da Índia sua karmabhumi, o local onde começou suas atividades para ressuscitar e difundir o Vipassana. Teve que enfrentar muitas dificuldades, mas mesmo assim acendera a lâmpada do Dhamma. Sua luz chegou a muitas pessoas que foram capazes de expulsar as obscuridades acumuladas em muitas vidas. É por nós que, em circunstancias tão difíceis, manteve a tocha de Dhamma acesa, viveu uma vida ideal e fez esforços extenuantes para difundir o Dhamma até o último dia de sua vida. Realizou mais de 500 cursos e todos os dias explicou o Dhamma tantas vezes. Proferiu milhares de discursos inspiradores e foi uma inspiração frente a tantas dificuldades durante o estabelecimento de mais de 180 centros Vipassana, onde milhões de pessoas saciaram sua sede de conhecer o Dhamma e seguir praticando. De fato, Guruji, nasceu para nós e viveu por nós! Nunca poderemos sanar a dívida que temos com você. Não temos palavras para expressar nosso sentimento de gratidão. Portanto, diremos: ‘tal gratidão se espalha por cada poro, não poderemos pagar a dívida’.”
Todos os meditadores.
http://www.vridhamma.org/en2015-02
Asevanā ca bālanaṃ, paṇditānañca sevanā, Pūjā ca pūjaneyyānaṃ, etaṃ maṅgalamuttamaṃ;
-Evitar a companhia dos tolos, manter a companhia dos sábios, honrar aos que merecem honra, este é o maior bem-estar!
Verso de INÍCIO
Sukhaṃ yāva jarā sīlaṃ, sukhā saddhā patiṭṭhitā, sukho paññāya paṭilābho, pāpānaṃ akaraṇaṃ sukhaṃ.
Tenha pressa em fazer o bem Proteja sua mente do mal. Quando demoramos para fazer o bem, Nossa mente se encantará com o mal.
P&R : Kalyanmitra
1) Às vezes me sinto culpado pelo que fiz.
SNG: Sentir-se culpado não te ajudará; somente trará danos. A culpa não tem espaço no caminho de Dhamma. Quando se der conta de que agiu de uma maneira incorreta, simplesmente aceite o fato sem justificá-lo ou ocultá-lo. Pode ir até alguém que respeite e dizer-lhe: “Bom, cometi este erro. No futuro terei o cuidado de não repeti-lo”. E então medite, e descobrirá que pode sair da dificuldade.
2) Por que sigo reforçando este ego? Por que continuo sendo “eu”?
SNG: Isso foi o que a mente foi condicionada a fazer por ignorância. Mas Vipassana pode libertá-lo desse condicionamento prejudicial. Em vez de pensar sempre em si mesmo, aprenderá a pensar nos outros.
3) Como isso acontece?
SNG: O primeiro passo é reconhecer o quão egoísta e egocêntrico que se é. A menos que alguém se dê conta desta verdade, não poderá sair da loucura do amor próprio. À medida que praticar mais, você se dará conta de que inclusive seu amor pelos outros é, na verdade, amor próprio. Você entenderá: “A quem amo? Amo alguém porque espero algo dessa pessoa. Espero que ela se comporte de uma maneira que eu goste. A partir do momento em que começa a comportar-se de uma maneira diferente, todo o meu amor desaparece. Então, realmente amo essa pessoa ou a mim mesmo?” A resposta será clara, não por intelectualizar, mas sim pela sua prática de Vipassana. E uma vez que tiver essa compreensão direta, começará a sair de seu egoísmo. Então você aprende a desenvolver o amor verdadeiro pelos outros, o amor que é desinteressado, uma via unidirecional: dar sem esperar nada em troca.
(Arte de Viver: Vipassana, Igatpuri)
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